FIFA acusada de racismo por causa dos apresentadores do sorteio

Ao não levar em consideração a sugestão da rede detentora dos direitos de transmissão do Mundial no Brasil, a TV Globo, de convidar os atores Lázaro Ramos e Camila Pitanga, ambos negros, para apresentar a cerimónia do sorteio do Mundial, a FIFA deu azo a interpretações de racismo. 
O organismo presidido por Sepp Blatter rejeita a acusação e considera tudo uma polémica fabricada mas na imprensa e nas redes sociais o tema vai apaixonando os brasileiros. 
E se Camila Pitanga põe água na fervura ao sublinhar que «nem chegou a haver convite formal», Fernanda Lima, a loiríssima modelo, apresentadora e atriz escolhida como mestre de cerimónias do evento ao lado do também loiro marido Rodrigo Hilbert, reagiu dizendo: «Tudo isto é só porque eu sou branquinha?». 
Lima, que já apresentara o sorteio da fase de qualificação, falou depois de ter sido atacada nas redes sociais por ter aceite o convite. 
«Não discrimino ninguém mas também não levanto bandeiras, simplesmente acho temos de ser respeitados, sem violência e eu não alimento esse tipo de coisa», disse a modelo. A FIFA emitiu um comunicado onde sublinha que «a escolha do casal Hilbert-Lima se deveu sobretudo à experiência positiva no sorteio preliminar de 2011 e que a definição da lista de artistas no evento reflete a diversidade da cultura do país», referindo-se ao grupo de música popular baiana Oludom. A Globo optou por não se pronunciar oficialmente. 
A TV Esporte, citando um artigo da revista Veja, avança que Christiano Jorge Santos, 6.º Promotor de Justiça Criminal de São Paulo, abriu mesmo um processo para apurar a existência de discriminação racial neste caso. 
No segundo país do mundo com maior percentagem de população negra - só atrás da Nigéria - e num estado em que 90 por cento dos seus habitantes descende de africanos, o tema promete aquecer os bastidores do evento.

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